Conferência discute ampliação de domínios na web

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A Internet se prepara para a chegada de novos domínios que competirão com os clássicos “.com” ou “.net”, um processo quase concluído e que é destacado na cúpula que a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) realiza no Cairo.
A equipe do organismo e as empresas do setor debatem na capital egípcia, desde o último domingo e até sexta-feira, os passos que deverão ser tomados pelas companhias que queiram conseguir novos domínios.

A intenção da ICANN é liberalizar os domínios genéricos, ou gTLD (em inglês), o que permitirá, em um futuro próximo, que extensões como “.love” convivam com os já clássicos “.com” ou “.net”.

A diretora deste projeto na ICANN, Karla Valente, em entrevista concedida à Agência Efe, assegurou que algumas empresas poderiam inclusive ter à sua disposição estes domínios até 2010.

Hoje em dia existem apenas 21 domínios genéricos, além de 260 geográficos (como “.br” para o Brasil), controlados por autoridades nacionais.

Segundo Valente, os grupos de trabalho da ICANN “consideraram necessário expandir os domínios genéricos”, por isso na última conferência do grupo, realizada em junho em Paris, foi aprovada uma resolução autorizando esta expansão.

“É uma oportunidade para criar mais opções para os consumidores e gerar mais competição no campo dos domínios”, ressalta Valente.

Com este objetivo, discute-se nestes dias no Cairo a minuta, apresentada no final de outubro, que guiará as empresas que quiserem conseguir novos domínios genéricos.

“Esperamos que o texto definitivo esteja pronto até abril do ano que vem, e que o período de solicitações comece entre setembro e dezembro”, explica Valente.

No entanto, só para se sentar à mesma mesa que a ICANN e iniciar o processo de avaliação a empresa interessada deverá desembolsar US$ 185 mil.

A seguir, será estudado o domínio, que pode apresentar complicações, por ser controverso ou se parecer muito com outro já existente, assim como as condições técnicas e econômicas da empresa solicitante.

Passado este trâmite, serão entregues os primeiros domínios, algo que poderia ocorrer, segundo Valente, em 2010. Seu uso só dependerá então da empresa que receber a autorização.

Paralelamente, a ICANN desenvolveu um mecanismo para que a identidade de companhias, governos ou instituições não possa ser sobreposta.

Ou seja, se alguém tentasse registrar o domínio genérico “.brasil”, o Executivo brasileiro tem a possibilidade de emitir uma queixa e paralisar a solicitação.

Outro dos pontos discutidos no encontro do Cairo é a incorporação dos nomes de domínio internacionalizados, ou IDN na sigla em inglês, aos domínios de nível superior.

Até agora, era possível utilizar caracteres não latinos nos endereços de Internet, mas sempre antes do ponto. A partir de agora, os países poderão usar letras de outros alfabetos em seus domínios geográficos.

O responsável da ICANN no Egito, Baher Esmat, assegurou à Efe que “o plano é incorporar esta tecnologia entre junho e outubro”.

Para Valente, “se trata de um passo importante para a Internet, porque a tornará inclusive mais global, e aumentará o número de páginas e de usuários” em diferentes regiões do planeta.

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