Empresas de tecnologia e armazenamento de dados podem sofrer danos graves com o apagão que afetou pelo menos 12 estados brasileiros na última terça-feira.
Segundo Paulo Prado, gerente de marketing de produto da Symantec para a América Latina, os dois principais problemas detectados são a interrupção da gravação e escrita de arquivos e os danos físicos que podem afetar os sistemas.
“O desligamento repentino das máquinas pode causar a corrupção de dados gerados por falhas na escrita de arquivos, que estavam em processamento”, afirmou Prado. “Outro questão é o dano físico às máquinas, causado pela variação de corrente”.
O executivo também chama a atenção para a questão da virtualização, que prevê diversos serviços virtuais servidores rodando em apenas um servidor físico. Se ele for danificado, a média de recuperação pode variar entre 3 e 4 horas.
Para Bruno Ricardo, gerente de treinamento e pré-vendas da F-Secure Brasil, os usuários devem prestar atenção na hora de contratar os serviços de virtualização. “Existem diversos pacotes de serviços e armazenamento de dados em nuvem. É preciso analisar os contratos cuidadosamente para ver quais soluções são oferecidas”, diz.
De acordo com o executivo, vários provedores oferecem sistemas redundantes, tanto para link, quanto para os próprios servidores. Isso faz com que a informação do cliente esteja publicada em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que pode garantir a segurança dos dados.
Segundo o relatório da Symantec sobre recuperação de desastres, problemas com o fornecimento de energia elétrica estão entre as principais preocupações das empresas, seguidos das falhas de hardware e ameaças como vírus.
Simulação e backup
Entre as medidas para evitar a perda de informações apontadas pelos especialistas, estão a realização de backups freqüentes, a preocupação com a estrutura nobreaks e geradores, além da simulação de situações que podem oferecer risco aos servidores.
“A opção de nobreaks pode ser muito cara e, por isso, praticamente inviável para as pequenas empresas”, afirmou Prado. Ele também lembra que o backup deve ser o mínimo que se deve esperar de uma empresa, pois os clientes estão atentos aos problemas e prontos para migrar para outros fornecedores.
A simulação atua como uma forma de prever o comportamento das máquinas e sistemas durante uma crise. Apesar de ser considerada estrategicamente importante, o simples fato de ter que tirar o sistema do ar para o teste pode assustar e até causar danos reais aos bancos de dados. Segundo a Symantec, um em cada quatro companhias não alcança resultados satisfatórios durante testes.
Nesse caso, a solução seria adotar uma solução capaz de clonar máquinas e ambientes de produção para fazer a simulação sem fazer com que a empresa perca ciclos de trabalho.