E se você pudesse levar sua forte e rápida conexão Wi-Fi para onde quer que fosse? Essa é a idéia que embasa um novo serviço da Sprint, chamado Xohm, que leva o sistema Wi-Fi ao seu extremo lógico. A tecnologia que o possibilita porta, merecidamente, o nome WiMax. Ainda que não esteja em uso amplo nos Estados Unidos, um teste do serviço em Baltimore, onde ele foi recentemente introduzido, sugere que um dia ele pode se tornar opção sólida para fazer coisas online e até telefonemas, de qualquer lugar.
É claro que existem também diversos motivos para que a tecnologia possa se tornar uma nota de pé de página histórica, especialmente o fato de que não funciona em todas as partes de todas as cidades, e muito menos em todo o país. Os serviços de acesso a hot spot oferecidos por operadores de telefonia móvel como a Sprint têm alcance muito maior. Mas para quem vive em área coberta pelo serviço Xohm, ele chegará a Washington e Chicago nos próximos meses, e depois a Filadélfia, Dallas, Fort Worth no Texas, e Providence, Rhode Island- , o custo mensal de entre US$ 35 e US$ 65 pode valer a pena.
Por US$ 35, os assinantes recebem serviço doméstico de banda larga para uso em múltiplos computadores; mensalidade de US$ 45 permite conexão em casa ou móvel, em um laptop ou outro aparelho móvel; US$ 65 amplia a cobertura a múltiplos aparelhos móveis.
A perspectiva de obter serviço sem fio rápido fora de casa e ao mesmo tempo abrir mão do provedor doméstico de acesso pode ser atraente para muitas pessoas, porque a combinação não está disponível nos serviços de dados de muitas operadoras de telefonia móvel.
Na verdade, muitos dos clientes da Xohm terão de pagar custo adicional. Para receber o sinal, é necessário um laptop com chip WiMax, e só existem oito modelos de máquinas que o oferecem no mercado (a mais barata é o Lenovo SL500, por US$ 570; eu usei no teste um Lenovo X301 de US$ 2.560).
Se você não tiver uma máquina como essa precisará de um adaptador externo ou cartão para computador (US$ 60), e para montar uma rede caseira você precisará de um roteador Xohm (US$ 80). Caso você esteja apenas de passagem por uma cidade coberta pelo serviço Xohm e disponha do equipamento necessário, pode adquirir acesso por 24 horas a US$ 10.
Assim que você chega à área de cobertura, o serviço funciona de forma bem parecida à de uma conexão Wi-Fi caseira, na qual você não precisa digitar uma senha sempre que se conecta. Em lugar disso, depois que você assina, a rede reconhece seu aparelho quanto ele estiver ao alcance.
Em minha visita a Baltimore na semana passada, o Xohm funcionou em velocidade de banda larga não importa que exigências eu impusesse. Abri janelas múltiplas de navegador, e assisti a vídeos simultaneamente nelas sem problemas. Tentei acesso em becos e em corredores estreitos de hotel, e a conexão continuou funcionando com a mesma qualidade.
E como a velocidade do sistema se compara à de concorrentes cabeados e sem fio? A Time Warner, que cobra US$ 50 ao mês por banda larga via cabo, apresentava média de três megabits de download por segundo em Nova York, na segunda-feira, e de um megabit por segundo para upload, de acordo com a Keynote Systems, uma empresa que acompanha conexões móveis à Internet.
As conexões do Xohm podem ser mais rápidas; a empresa quer prover velocidade de quatro megabits por segundo em download e de 1,5 megabit por segundo em upload.
Os serviços de acesso das operadoras de telefonia móvel oferecem diferentes velocidades, mas o Broadband Connect, da AT&T, como exemplo, apresenta média de velocidade muito inferior à do Xohm. A média é de 400 kilobits a 700 kilobits por segundo em downloads e um máximo de 384 kilobits por segundo em uploads. O serviço custa entre US$ 20 e US$ 60 ao mês, a depender do volume de dados a ser usado.
Os resultados individuais variam. Porque o Xohm só está ativo há um mês, eu estava dividindo seu sinal com apenas um punhado de pessoas. Mas a rede em breve estará ocupada por milhares de usuários que trocam arquivos de música e vídeo e sugam muita banda. A Xohm afirma que, quando o sistema tiver mais usuários, ela aumentará o número de torres transmissoras ou oferecerá serviço a preço e acesso diferenciado, o que forçará algumas pessoas a pagar mais por uma velocidade maior de transmissão de dados.
O tipo de aparelho usado também afeta a velocidade – e é aqui que a história da WiMax começa a se tornar mais interessante, ou mais complicada, a depender de seu ponto de vista. A Xohm diz que porque é mais barato produzir chips WiMax do que os chips de comunicação de alguns celulares inteligentes, ela antecipa que a indústria logo apresente diversos aparelhos capazes de se conectar à rede.
O primeiro deles é o Nokia N810 WiMax Edition, uma espécie de computador de mão colocado à venda por US$ 493 na semana passada. O Nokia é um pouco maior e bem mais pesado que um iPhone, e inclui uma grande tela de toque, mas não pode ser usado para chamadas convencionais de telefonia móvel. Em lugar disso, ele faz ligações usando software de telefonia via Internet como o Skype e o Gizmo5.
Telefonemas e chats em vídeo usando sinais de Internet sem fio podem ser instáveis, disse Julie Ask, analista da Forrester Research, e ainda não se sabe o quanto serão confiáveis no sistema Xohm. Navegar na web usando o Nokia era mais rápido que com um iPhone 3G, mas não exatamente veloz. Ao assistir a grandes momentos de partidas de futebol americano usando o Nokia, o que me veio à memória foram os dias dos modems de conexão discada de 56k, quando tudo se movia aos solavancos.
O WiMax já está em operação em outras partes do mundo, onde cidades como Seul, na Coréia do Sul, e Amsterdã já oferecem sistemas de alcance urbano. Nos Estados Unidos, porém, o Wi-Fi continua a dominar ¿ a ponto de analistas como Ask, da Forrester, dizerem que o WiMax poderia ter dificuldade em concorrer.
Caso sua cidade não disponha de um serviço WiMax, eles aconselham que os consumidores esperem antes de desembolsar dinheiro na compra de um computador com placa WiMax, porque não há certeza de que o serviço chegue a toda parte.
No entanto, se você estiver disposto a arriscar, os dispositivos capazes de receber o sinal da Xohm também são capazes de receber o sinal de Wi-Fi, e chegam até a optar pelo Wi-Fi e permitir que este conduza a conexão caso seu sinal esteja mais forte.
Quanto às pessoas que vivem nos subúrbios e desejam uma experiência com o WiMax, as perspectivas não parecem muito luminosas. Apenas as áreas urbanizadas contam com consumidores em volume suficiente para justificar o custo de construção dessas redes, o que significa menos escolha, menos competição e preços mais altos pelo acesso à Internet para as pessoas que moram em áreas não urbanizadas.
Chamadas rápidas
Se você é novato no uso de mensagens de texto e não sabe direito como digitar mensagens usando o teclado numérico de um celular, as fabricantes de aparelhos decidiram que tentariam conciliar suas necessidades.
O Pantech Matrix, introduzido na semana passada pela AT&T ao preço de US$ 80 é o primeiro de quatro novos celulares daquela operadora de telefonia móvel que incluem teclados em disposição “qwerty” tradicional. Deslizando para cima a tela do Matrix, surge um teclado comum de celular. Mas se o usuário a deslizar para o lado revela um teclado maior que facilita as mensagens de texto.
Embora a estréia do primeiro aparelho de tela de toque da BlackBerry, o Storm, tenha recebido muita atenção recentemente, a empresa também começou a vender seu primeiro celular dobrável, o Flip. Disponível via T-Mobile por US$ 150, ele apresenta um teclado significativamente maior que o do Pearl original e uma tela também mais ampla. Quando fechado, é ligeiramente mais espesso e mais curto do que o modelo anterior.
Se você prefere não ser parcialmente responsável pelo acidente de automóvel de alguma outra pessoa que esteja dirigindo e falando no celular, uma solução pode estar a caminho. A seguradora Nationwide Mutual Insurance e a Aegis Mobility, uma empresa de tecnologia de comunicação móvel, anunciaram um software que informará a quem estiver falando ao telefone que a outra pessoa está se movendo em velocidade de automóvel. A tecnologia chega ao mercado no ano que vem.