Em evento em sua sede em Cupertino, na Califórnia, a Apple anunciou hoje uma atualização de sua linha de computadores portáteis, com novos MacBooks e MacBooks Pro e um novo modelo de monitor Apple Cinema Display.
Os novos produtos confirmam muitos dos rumores que já circulavam pela internet há uma semana, baseados em informações e fotos que “vazaram” de funcionários da empresa ou parceiros do fabricante para a internet.
O principal destaque não foram as máquinas em si, mas o conjunto de tecnologias que a Apple utiliza em sua fabricação. O gabinete dos novos MacBook e MacBook Pro, por exemplo, é feito em uma peça única de alumínio, em um processo que a Apple batizou de “Unibody”: um “tijolo” de alumínio passa por uma série de 30 passos, sendo lapidado, esculpido e recortado até o resultado final: um chassis inteiriço, que ao mesmo tempo é mais leve e mais resistente que os produzidos com a técnica tradicional, onde múltiplas peças são combinadas.
A empresa também trouxe aos seus portáteis a tecnologia de telas cobertas com vidro, já usada no iMac, iPhone, iPod Touch e nos novos iPod Nano. A iluminação da tela agora é feita com LEDs em vez de lâmpadas fluorescentes, o que reduz o consumo de energia e resulta em maior brilho e cores mais vivas.
Os trackpads das novas máquinas também são de vidro, tem superfície 39% maior que um trackpad convencional e são capazes de reconhecer múltiplos toques, como a tela do iPhone: através de gestos com um, dois, três ou quatro dedos sobre o trackpad é possível realizar toda uma série de operações no sistema e em programas compatíveis.
Todas as tecnologias foram combinadas nos novos MacBook Pro, que trazem outra novidade: novos processadores de vídeo produzidos pela NVIDIA. Na verdade, a Apple não economizou neste quesito: o processador básico é o GeForce 9400M, que tem desempenho até seis vezes maior que o vídeo integrado Intel usado nos modelos atuais. Mas as máquinas também tem um segundo processador de vídeo, um GeForce 9600M GT, com 256 ou 512 MB (dependendo do modelo) de memória dedicada.
A ideia é que, durante a operação normal, o micro utilize o processador 9400M, que tem menor consumo de energia, o que resulta em maior autonomia da bateria. Quando mais poder de processamento gráfico é necessário, como em jogos 3D, o segundo processador, mais potente, “assume o comando” ao custo de maior consumo. Segundo a Apple, usando o processador 9400M os novos MacBook Pro tem autonomia de bateria de 5 horas, que cai para 4 horas com o processador 9600M GT ativo.
A Apple está colocando no mercado dois modelos de MacBook Pro: o primeiro tem um processador Intel Core 2 Duo de 2.4 GHz, 2 GB de RAM, 256 MB de memória de vídeo, tela LCD/LED de 15.4 polegadas, HD de 250 GB e SuperDrive (que grava e lê CDs e DVDs) por US$ 1.999. O segundo modelo tem processador mais rápido (Core 2 Duo de 2.53 GHz), 4 GB de RAM, 512 MB de memória de vídeo e HD de 320 GB por US$ 2.499. Ambos os modelos chegam às lojas hoje.
Os MacBooks, linha de portáteis de menor custo da Apple e, segundo a empresa, os Macs “mais vendidos de todos os tempos” também foram atualizados. Agora há duas “gerações” de produtos: um representante dos modelos atuais, com gabinete em plástico branco, e os novos MacBooks com chassis de alumínio.
O modelo branquinho é posicionado pela Apple como o “modelo de entrada”, equipado com um processador Intel Core 2 Duo de 2 GHz, 1 GB de RAM, disco rígido de 80 GB e SuperDrive por US$ 999, uma redução de US$ 100 em relação aos preços praticados até ontem.
Mas o destaque vai para os novos MacBooks, que ganham características que antes só existiam nos modelos da linha Pro: gabinetes em alumínio, displays de vidro com iluminação LED, processador de vídeo NVIDIA GeForce 9400M e trackpad de vidro com multi-touch.
O modelo mais barato, com processador Intel Core 2 Duo de 2 GHz, 2 GB de RAM, tela de 13.3 polegadas, HD de 160 GB e unidade ótica SuperDrive sai por US$ 1.299. Um segundo modelo, com processador de 2.4 GHz, HD de 250 GB e teclado iluminado sair por US$ 1.599. Ambos os modelos chegam às lojas a partir desta quarta-feira, 15/10.
O MacBook Air, portátil “ultra-leve” da Apple, também recebeu uma atualização, porém menor: o espaço em disco subiu de 80 GB para 120 GB (nos modelos com HD) ou de 64 GB para 128 GB (nos modelos com SSD). O processador de vídeo também mudou, e agora é o mesmo NVIDIA 9400M dos MacBook e MacBook Pro. O preço se manteve o mesmo: US$ 1.799
A Apple também anunciou um novo monitor Apple Cinema Display, com tela de 24 polegadas e design que lembra os atuais iMacs e MacBooks: corpo em alumínio, com tela ladeada por uma borda preta e coberta por vidro. A tela, também com iluminação LED, tem resolução de 1920 x 1200 pixels (além do “Full HD”), e o monitor também conta com câmera iSight, Microfone, caixas de som e HUB USB com três portas embutido. Com preço sugerido de US$ 899, o novo monitor chega às lojas em novembro.
Novamente, Steve Jobs fez questão de frisar as medidas que sua empresa tomou para tornar seus produtos mais “verdes”. Alumínio e vidro são materiais altamente recicláveis, a iluminação LED consome menos energia (e elimina o mercúrio das lâmpadas fluorescentes) e todos os cabos e componentes internos não contém materiais como PVC e retardantes de chamas à base de bromo (BFR), compostos considerados altamente tóxicos.
As embalagens dos produtos também foram reduzidas, o que produz menos lixo e permite transportar mais máquinas no mesmo avião ou contêiner: a caixa do MacBook Pro, por exemplo, é 37% menor em relação à do modelo anterior, e a dos novos MacBook é 42% menor.