Microsoft se dispede de Bill Gates

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Percebendo que uma revolução estava por começar na computação pessoal, Bill Gates deixou a Harvard University em 1975 para criar a Microsoft e promover a visão de um computador em cada mesa de trabalho e cada casa.

Passadas três décadas, Gates deixará seu posto naquela que é hoje a maior companhia de software do mundo e passará a trabalhar em tempo integral na organização de caridade–a Bill & Melinda Gates Foundation–que ele criou com sua vasta riqueza.

Gates, 52, cuja aparência juvenil contrasta estranhamente com os cabelos já grisalhos, deixará para trás toda uma vida dedicada ao desenvolvimento de software e concentrará suas energias em promover a descoberta de novas vacinas ou o microfinanciamento de projetos nos países em desenvolvimento.

Em sua condição de maior acionista da Microsoft, Gates continuará a ser o presidente do conselho da empresa e a trabalhar em alguns projetos especiais de tecnologia. A participação de 8,7 por cento que ele detém na companhia vale cerca de 23 bilhões de dólares.

Gates começou a programar computadores aos 13 anos, criando um sistema de agenda para marcar as aulas de sua escola, em Seattle. À medida que adquiria experiência, compreendeu o potencial do software para alterar a maneira pela qual as pessoas trabalhavam, comunicavam e se divertiam.

“Quando eu tinha 19 anos, antevi o futuro e baseei minha carreira nessa visão. Eu estava certo”, escreveu Gates em The Road Ahead, seu livro de 1995.

Ele compreendeu bem cedo na revolução da computação pessoal que o software seria mais importante que o hardware. Com o amigo de infância Paul Allen, ele criou a Microsoft, batizada para simbolizar a missão da nova empresa: criar software para microcomputadores.

Ele foi apresentado aos computadores na Lakeside Preparatory School, uma escola de elite em Seattle, onde aprendeu a programar em linguagem Basic, usando um primitivo computador ASR-33.

Foi em Lakeside que ele conheceu Allen, dois anos mais velho e também fascinado por computadores.

“É claro que na época era só por diversão, ou assim imaginávamos”, relembrou Gates em seu livro.

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